Sejam bem vindos!

Minha amiga Clese, certa vez me enviou essa mensagem, achei belíssima e resolvi compartilhar.

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...

Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.

Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".

Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

Eu tento ser um exemplo de Professora!!!


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Profª Edvania















quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Homenagem a meu avô Dedé de Miguel...






Um certo José


Há 80 anos tudo começou
Miguel de Messias Torres
Por uma moça bonita
Um dia se encantou.

Ela se chamava Ernestina Barbosa
Jovem simples do interior
Com Miguel Torres, namorou
E a partir dali começou um lindo amor.

Tanto amor assim
Não poderia se findar
Os dois muito apaixonados
Resolveram se casar.

Uma bela e grande família
Veio à Bahia integrar
Tiveram 17 lindos filhos
Quanta dificuldade pra criar.

Tinha Manoel, José e Maria
Clautides, Nivaldo, Balbino e Osória
Ana, Zefinha, Totonho e Valdemar
Valdete, Enoque, João e a mais nova Luzia.

Em 24 de abril de 1929
Certo José nasceu
Na Queimada do Miguel
Alguns anos lá ele viveu.

Escute bem minha gente
Dois nomes não consegui descobrir
ETA bisavós boca quente!
Pode começar a sorrir.

Esse cordel que escrevo
Será pra homenagear
O meu avô Dedé de Miguel
Venha todos prestigiar.

Na infância e adolescência
Em diferentes lugares José viveu
Emburana, Riachinho e Melancia
Mas no Jacurici permaneceu.

José não era brinquedo não!
Desde pequeno adorava aprontar
Batia em seus irmãos para se divertir
E ainda vivia a sorrir.

Outra coisa que gostava de fazer
Era beliscar e aboiar
E muitas lorotas
Vivia a contar.

Aproveitava a sexta-feira da paixão
Para sua mãe não lhe bater
Certa vez pegou engasgo de licuri
Coitada da Maria de Roseno teve que fugir

Maria era sua irmã primogênita
Foi contar pra sua mãe
Pense na surra bonita
Que José levou.

Assim na vida acontece
Um dia é da caça e outro do caçador
Principalmente a quem merece
E a alegria se transforma em dor.

Vozinho tinha dois jegues
Um se chamava “Vida torta”
E o outro “Alumínio”
Vamos pra frente que o nome agora não importa.

Com os bichos a terra arava
Era um rapaz trabalhador
De sol-a-sol sempre lutou
Mas com Vida torta ele aprontou.

Deu uma facãosada no pobre
Porque não queria obedecer
Por sorte não matou
Mas fez o bicho sofrer.

O tempo foi passando
Rapaz novo gosta de paquerar
E certa Ana Josefa
Seu coração veio roubar.

Filha de João Cardoso
E Dona Odília
Morava com seus pais
E com o resto da família.

Há aproximadamente 58 anos
Eles vieram a se casar
E 18 filhos tiveram
Venha todos escutar.

Morreram doze por vários motivos
E apenas seis vingaram
Essa história eu sei
Porque me falaram.

Restaram Enoque, Elias e Elizeu
Eronildes, Edgar e a Pequena Maria
Cada tem seu jeito de ser
Mas todos vivem com alegria.

Enoque é o meu pai
Casado com minha mãe Safira
Homem muito quieto
Mas do seu jeito cuida da família com afeto.

Elias é um tio legal
Casou com tia Lúcia
Teve filhos maravilhosos
Que coisa sensacional.

Eronildes sempre ficou na fazenda
Foi o braço direito de Dedé
Da família sempre cuidou
Apesar de gostar do mé.

Edgar tem sangue quente
Se vira como pode pra viver
Mas é uma boa gente
Isso é o que penso, pode crer!

Elizeu é o mais brincalhão
Ao seu pai puxou
Não tem nada na sua mão
A muita gente ele já ajudou.

Vou falar da pequena Maria
Pequena só no tamanho e na gordura
Mas pense na alegria
Minha madrinha é uma doçura.

Muitos anos juntos viveram
Criaram seus filhos como Deus quis
Alegrias e tristezas compartilharam
E apesar de tudo teve uma vida feliz.

Quando a convivência complicou
Resolveram viver como amigos
O casamento acabou
Mas a amizade continuou.

Pouca coisa na roça vivi
Até os quatro anos morei num lugar
Chamado Jacurici
E foi lá que comecei a estudar.

Vozinho sempre me dava bala
Quebra-queixo e muito mais
Passava alegria de viver
E transmitia certa paz.

Não só de doce a vida é
E ele adorava encrencar
E de uma coisa já falei
Ele vivia a nos beliscar.

Sempre viveu uma vida simples
De um homem que é lavrador
Sei que teve grandes dificuldades
Mas seus filhos ele educou.

Tive uma grande decepção
E por um longo período
Não suportei a ofensa
E nem mesmo lhe pedia a benção.

Dizem que o tempo
Apaga tudo de ruim
Depois de certo período
Eu acredito sim!

Aprendi que todos nós erramos
Depois de por dificuldades passar
E aqueles que amamos
Aprendemos a valorizar.

O saudoso Dedé de Miguel
Era respeitado na região
Corajoso sem igual
Sempre andava com seu facão.

Certa feita com um cara brigou
Usou apenas seu amigo facão
E o indivíduo com uma arma de fogo
Acabou com parte da sua audição.

De médico nunca gostou
Fugia deles como o diabo da cruz
Mas um dia precisou
E pediu força pra Jesus.

Para Aracaju viajamos
Conhecemos a Drª Luzia
Com exames constatamos
Que da próstata sofria.

Aproveitei a oportunidade
De o mar lhe apresentar
Eu, meu pai e ele
Fomos à praia passear.

Um momento mágico
Pudemos presenciar
Seu olhar fixo nas águas
Ele parecia sonhar.

Um comentário ele fez
Disse que um sonho realizou
Achou o mar imenso
E na água ele pisou.

Sentiu algo estranho
Segundo ele uma tontura
Mas tenho grande certeza
Que ele adorou a aventura.

O passeio não acabou por aí
A orla foi conhecer
O Oceanário visitou
E muito peixe gostou de ver.

Dessa doença escapou
Fez o tratamento em casa
Mas à médica ele nunca voltou
E dois anos após a coisa complicou.

Teve que a alguns médicos recorrer
Foi internado em hospital
Tinha muito medo de morrer
Mas todos nós teremos um final.

O problema se agravou
O seu filho Edgar me procurou
E pediu que eu ajudasse
A cuidar do meu avô.

Eu não me recusei
E fiz tudo o que pude fazer
Sei que fui incompreendida
E isso me fez sofrer

Seguimos pra Simão Dias
Afim de exames fazer
Mas uma grande surpresa
Dr. Evandro veio me dizer.

Em raios-X ele viu
Uma mancha em seu pulmão
Enviou-nos á Aracaju
Não foi fácil não!

No hospital João Alves
José foi internado
Em 24 de novembro de 2009
Por médicos competentes, examinado.

Entrevistas foram feitas
Perguntaram se ele tinha fumado
Respondeu que por 50 anos fumos
Mas a 24 tinha parado.

O cigarro é mesmo uma droga
E as pessoas insistem em não ver
Fingem que nada acontece
E preferem morrer.

Os médicos e enfermeiros ajudaram
Muita gente também ajudou
Filhos, nora, amigos e netos
Sangue e plaquetas doaram.

Mas o inevitável aconteceu
Certo José conhecido como Dedé
No dia dezesseis faleceu
E o mundo naquele dia escureceu.

Quatro foram as causas de morte
Choque não classificado, hemorragia
Neoplasia de pulmão
E trombontopenia.

Àquela dor eu desconhecia
Um ente querido nos deixava
Tenho certeza de uma coisa
Uma luz divina nos apoiava.

Um filme na nossa cabeça passa,
Alegrias e tristezas relembram,
Hoje completa um ano
Dia dezesseis de dezembro.

Obrigado por tudo que nos fez
Até o que desagradou
Tudo na vida é aprendizagem
Até as coisas de dor!

Essa surpresa eu preparava
Pra seu aniversário de 80 anos
Mas Deus te chamou antes
E mudei os planos.

Hoje quero te dizer
Perdão por tudo que talvez fiz
Hoje a maturidade chegou
E posso dizer que sou mais feliz.

Nunca vou te esquecer,
Detalhes como a camisa azul,
Os chapéus de baeta e couro...
No coração guardarei como ouro!

Aos 79 anos se foi
Para perto do eterno pai
O que quero te dizer:
-Vozinho descanse em paz!

Esse espaço irei reservar
Nesse simples livreto que escrevi
Caso alguém queira deixar
O recado que lhe convir.

Um pouco de sua história,
Vozinho acabei de contar
Espero que onde quer que estejas
Possa de mim se orgulhar!

Ore por nós lá de cima
Peça a Deus pra nos ajudar
Pra poder nossas vidas seguir
E um dia de novo te encontrar!

Essa história entrou por uma porta
E saiu por outra
E novamente espero
Que eu possa contar outra...

Edvania Almeida em 16 de dezembro de 2009
























































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